quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Romaria de Santa Luzia - Castelejo.


A Festa de Santa Luzia coincide com o Feriado Municipal do Fundão daí a grande afluência de pessoas. As celebrações tanto religiosas como profanas têm início no dia anterior. No fim da tarde, do dia 14 de Setembro, realiza-se uma procissão com velas desde a igreja paroquial do Casteleio até à capela, transportando o andor do Senhor dos Milagres. Ao mesmo tempo, desce do santuário uma outra procissão encabeçada pelo andor de Santa Luzia. Os dois cortejos encontram-se, a meio da rampa, e as duas imagens "cumprimentam-se", seguindo juntas para a capela. Este ritual é cumprido à regra por todos os romeiros. No dia 15 de Setembro realiza-se uma missa campal. Estas festividades têm uma componente profana que se apresenta na forma de arraiais com bandas de música e com os famosos Bombos do Castelejo e o Rancho Romeiros de Santa Luzia Castelejo.

Senhora Santa Luzia
Vizinha do Castelejo
Dai-me vista aos meus olhos
Sou ceguinha não vos vejo.
Senhora Santa Luzia
Minha Mãe minha Madrinha
Dai-me da vossa riqueza
Que eu sou muito pobrezinha
Senhora Santa Luzia
A vossa capela cheira
Cheira a cravos, cheira a rosas
Cheira a flor de laranjeira.
Senhora Santa Luzia
À vossa porta cheguei
Tantos anjos me acompanhem
Como de passadas dei.
Senhora Santa Luzia
Quem vos varreu a capela
As moças do Castelejo
Com raminhos de marcela.
Senhora Santa Luzia
Vinde abaixo dai-me a mão
A ladeira é comprida
Não me ajuda o coração.
Senhora Santa Luzia
Que dais a quem vos vai ver
Dou-lhe água da minha fonte
Se a quiserem beber.
Senhora Santa Luzia
As costas vos vou virando
Minha boca se vai rindo
Os meus olhos vão chorando. As Festas de Santa Luzia realizam-se a 15 de Setembro no santuário homónimo, situado numa colina sobranceira à aldeia de Castelejo (10 km a poente do Fundão). E, juntamente com a Senhora do Almortão (Idanha-a-Nova) e a Senhora das Dores (Paul), uma das grandes romarias da Beira Baixa.
A capela data do séc. XVIII e do seu adro contempla-se a vertente ocidental da Serra da Gardunha. São bem visíveis as antenas colocadas por cima de Castelo Novo, situada na vertente contrária. De resto, é possível, a partir do santuário, apanhar um caminho de terra que sobre toda a encosta, passando nos dois pontos referidos (cabeço e aldeia). A viagem, que proporciona panoramas interessantes, só é possível em viatura 4x4 [ao tempo da elaboração deste texto].
Dos poderes atribuídos a Santa Luzia faz parte a protecção da vista. O número de romeiros costuma ser grande, ultrapassando os cinco milhares, facto a que não é estranha a circunstância de a festa coincidir com o feriado municipal do Fundão.
As celebrações, tanto religiosas como profanas, têm início a 14 de Setembro. Ao fim da tarde realiza-se uma procissão com velas desde a igreja paroquial do Castelejo até à capela, transportando o andor da Senhora dos Milagres. Ao mesmo tempo desde do santuário uma outra procissão encabeçada pelo andor de Santa Luzia. Conforme manda a tradição, os cortejos encontram-se a meio da rampa e as duas imagens «cumprimentam-se» e seguem juntas para a capela.
Nessa noite e na noite seguinte há animado arraial com bandas de música e os famosos bombos da vizinha aldeia de Lavacolhos. Todo o cimo o Monte de Santa Luzia é ocupado por tendas e bancas dos mais diversos comércios. No dia 15 realiza-se missa campal e registam-se as maiores multidões. A festa prolonga-se ainda para o dia seguinte, celebrando Santa Eufémia. É já uma cerimónia praticamente restrita às pessoas da freguesia, realizando-se procissão com o andor da santa en torno da capela.

sábado, 14 de agosto de 2010

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Senhora da Povoa

No sopé da Serra d’Opa foi construída, em tempos que não podemos precisar, uma ermida, sob a invocação de Nossa Senhora da Póvoa. Como a fundação de todas as ermidas, a Senhora da Póvoa tem a sua lenda.
Diz esta que, andando uns pastorinhos a apascentar as suas ovelhinhas, Nossa Senhora apareceu aos pequenos no meio de uns silvados. A notícia do milagre foi sabida em Vale de Lobo, povoação próxima do local da aparição. O povo trouxe-a em procissão para a Igreja. Nossa senhora voltou para o silvado. Logo se edificou uma pequena capela, que mais tarde foi substituída pela actual.
A romaria, a mais concorrida das Beiras, tem lugar no domingo, segunda e terça feira do Espírito Santo. A ela concorrem dezenas de milhar de romeiros.
Noutros tempos, e ainda não muito afastados, o arraial, em dias de romaria, tinha uma característica verdadeiramente poética, vindo-lhe esta característica das centenas de carros de bois, alegremente ornamentados com colchas de variadas cores, que, dispostas em arco, lembravam artísticos toucados. Com a concorrência dos automóveis, que são às centenas, quase desapareceu este alegre e garrido quadro. Os que vão a pé podem à vontade dançar no pó desses caminhos.
O arraial, ou melhor, o seu local, tem passado ultimamente por diversas transformações.
Construiu-se há pouco o recinto da capela, a avenida central, a estrada de circunvalação e novos telheiros ou alpendres para a venda de géneros no dia da romaria.
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quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Festa de N Senhora do Almurtão

Lenda da Senhora do Almurtão Um dia, madrugada ainda, atravessavam o campo pelo sítio Água Murta, para o labor de todos os dias, pastores e ganhões. Notaram então que numa mouta de murteiras grandes, havia algo de estranho. Aproximaram-se e viram uma linda e resplandecente imagem da Virgem. Milagre! Milagre! Exclamaram, ao mesmo tempo que caíram de joelhos para rezar. Resolveram então conduzir a Santa Imagem para a igreja de Monsanto. Mas Ela desapareceu pouco depois e procurada no local da aparição lá estava, exactamente no mesmo sítio. E sempre que a procuravam, ela lá estava no lugar da aparição no murtão. E, respeitadores da vontade bem expressa da Senhora os habitantes da vila construiram no local a capelinha. A romaria da Senhora do Almurtão, fervorosamente celebrada pelas gentes do concelho de Idanha-A-Nova, era certamente, e continua a ser, a maior manifestação religiosa da Raia Perdida. À capela, construída no sítio da Água Murta onde, segundo a lenda, "- Milagre! Milagre! - apareceu aos pastores uma linda e resplandecente imagem da Virgem em cima de um murtão (moita de murtas)" chegavam, nos dias de romaria, milhares de romeiros para, numa devoção matriarcal, assistir às celebrações eucarísticas em louvor da virgem padroeira do concelho e Lhe "dar as alvíssaras" com cantares ao toque do adufe, instrumento musical que é o símbolo máximo da tradição idanhense. Em tempos passados, terminadas as celebrações religiosas, famílias inteiras partilhavam um farnel composto das mais variadas iguarias, preparadas atempadamente (galinha dourada, almôndegas e pastéis de bacalhau, ovos verdes e outras), bem regadas com tintol da região. De sombra em sombra dava-se a salvação aos amigos, provava-se-lhe o repasto e fazia-se a festa. Era o extravasar de toda a alegria reprimida durante a vivência Quaresmal, terminada apenas 15 dias antes. Promessas saldadas, fazia-se viagem de regresso a casa, cada qual à sua terra, conscientes do dever cumprido. Mas os tempos mudaram. Se o progresso encurtou a viagem, reduziu também a devoção. Com melhores acessos e o automóvel, rios de gente desaguam na romaria da Senhora do Almortão, formando um mar fervilhante pelo recinto da festa. Mas a fé, de um modo geral, já não é a mesma. Chega-se, dá-se uma volta pela feira, assiste-se à missa porque fica bem e, terminada a procissão, numa pressa, ruma-se a casa "a ver do almoço" ou mata-se a "malvada larica" numa das muitas barracas de comes e bebes, quais restaurantes improvisados. Só os mais tradicionalistas, certamente mais devotos, ainda se mantêm fiéis ao piquenique à moda antiga, em cima da manta de arêlos que outrora, para além de servir de toalha, servia também para enfeitar a albarda do meio de transporte. Hoje tudo é diferente. Falta a sobriedade e o respeito. Por estes valores que se impõem em qualquer local de culto, e aqui a Confraria, como organizadora do evento, tem a sua quota de responsabilidade, talvez não se devesse permitir o ambiente abarracado que hoje se apoderou da envolvência da festa, contaminando mesmo a capela, tão bem pintada com as palavras de Eugene Galateanu (Poeta Romeno). Entende-se que as receitas originadas pelo aluguer de espaço aos feirantes deixam tolerar uma certa anarquia no "armar das tendas" dentro do recinto e fora dele. É só ver a parafernália de artigos espalhados pelas zonas de circulação a atrapalhar quem passa, ou mesmo a barulheira infernal dos muitos sistemas de amplificação sonora apelando ao consumismo, que às vezes têm de ser mandados calar pela autoridade, por interferirem com a solenidade da missa campal. O que não se entende, é que se pense menos em quem visita o local, deixando-se transmitir ao visitante a sensação de negligência e de desleixo. Mas como critérios são de quem os deixa, este é apenas um desabafo. Estou em crer que a Senhora do Almortão, nem se importaria que o custo do valioso manto que lhe é oferecido ano a ano, ricamente trabalhado, uma vez por outra mais modesto, seja aplicado de forma a dignificar um pouco melhor este local, uma referência para tantos Raianos da Beira.

Nossa Senhora do Almortão

 

  Senhora do Almortão Carregado por pedroflaviano. - Ver os últimos vídeos de musica em destaque

   A Ermida de Nossa Senhora do Almortão situa-se nos campos de Idanha-a-Nova, tem um estilo simples e harmonioso. Em 1229 D. Sancho II, no foral dado a Idanha-a-Velha mencionava a SANTCTAM MARIAM ALMORTAM, quando demarcava os limites da Egitania. A capela-mór e o altar são revestidos de azulejos do sec. XVIII. O alpendre é formado por três arcos de granito.
   Esta capela foi construída porque, como diz a lenda, um dia de madrugada uns pastores atravessavam o campo pelo sítio «Agua Murta» e notaram que havia algo de estranho por traz das murteiras grandes. Aproximaram-se e viram uma linda imagem da Virgem.
   Ficaram parados de joelhos a rezar, mas depois resolveram levar a imagem para a Igreja de Monsanto. Mas ela desapareceu e foi encontrada outra vez no mesmo lugar da aparição no murtão.
   Respeitando a vontade da Senhora, os habitantes da vila construíram a capela.
   A romaria da Senhora do Almortão realiza-se todos os anos, 15 dias depois da Páscoa. Após a missa faz-se a tradicional Procissão

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Romaria a N Senhora do Incenso


IGREJA DE NOSSA SENHORA DO INCENSO -------
A três quilómetros de Penamacor, ergue-se a formosa capela de Nossa Senhora do Incenso, antiga ermida de Nossa Senhora do Prado, assim designada por ter sido construída numa extensa terra plana. O nome foi alterado porque, segundo reza a lenda, um dos Bispos Egitanienses, em agradecimento à Virgem, quis pessoalmente celebrar a cerimónia, tendo todavia esquecido o incenso. Imediatamente se enviaram homens à vila, a fim de trazerem a preciosa especiaria. Mas, quando o bispo volta a pegar na naveta antes vazia, verifica abismado que esta está agora repleta de incenso. O milagre deu nome à actual capela e todos os anos o santuário se enche de fervorosos devotos, que ali se deslocam para assistir à mais importante festa do concelho - a Romaria a Nossa Sra. do Incenso 

Fotos do Facebook : Aldeia do Bispo
  Senhora do Incenso --Anos 60 -- As merendas e o coreto actualmente
Foto de Bruno Cunha - Olhares
Romaria em penamacor, na 2.ª feira de Páscoa... Aqui, com algumas fotos retiradas da net (fotógrafos: Luis Cruz, António Nabais, Bruno Cunha, Jornal do Fundão), tratadas em sépia e com música recolhida por José Alberto Sardinha (do CD "Portugal raízes musicais", vol.4 dedicado à "Beira Baixa e Beira Transmontana", editado em 1997, JN)