quinta-feira, 28 de abril de 2011

Capela do Espirito Santo






A CAPELA DO ESPÍRITO SANTO
Já o P.e Carvalho da Costa na sua «Chorografia Portuguesa» (século XVIII) nos dá notícias da Capela do Espírito Santo, à Lameira. Anterior a este historiador e monografista, não há qualquer outro escritor que a ela se refira. Deve ser muito antiga. É de uma só nave e com capela-mór. Quando da criação da escola primária nesta aldeia pelo Decreto n.° 266, de 30 de Novembro de 1879, passou o corpo da capela a servir de escola, tendo havido o cuidado de adaptar, ao arco da capela-mor, umas portas. Assim, há quase cem anos, passou ela a ser um duplo templo-cristão e de luz. Na verdade, a escola do Espírito Santo foi um facho donde, até 1917, irradiou a jorros a luz da ciência e da sabedoria que iluminou inteligências de tantas gerações de advogados, médicos, professores, militares, engenheiros, etc. Ali aprendemos a ciência do ensino primário até à 31 classe. Não tinha condições pedagógicas algumas.
Quando em 1917 se efectuou a festa da árvore da iniciativa do «Século Agrícola», em que se divinizava (é o termo adequado) a árvore, o soalho caiu, e a escola foi, pedagogicamente, interdita. Mas voltemos atrás para falarmos só da capela. Esta devia ter sido construída, em sitio ermo, isto é, quando ali' não havia casa alguma. Tinha terrenos seus. De grande ou de pequena extensão? Ignoramos. O que é do nosso conhecimento, é de que a Lameira era conhecida por «Lameira do Espírito Santo» e que em 1882, se fez aforamento dum pedaço de terra da Lameira, pertencente ao Espírito Santo que tinha ao norte a casa de Joaquim Isidoro, com as condições dos aforadores fazerem ali uma casa e pagar por 4.000 reis uma oliveira pertencente ao Espírito Santo. A oliveira ficava entre a casa de Manuel Leitão e a de José da Costa. No mesmo ano, em 9 de Abril, são também aforadas as casas do Espírito Santo. Este possuía três casas, onde moravam o Manuel Leitão, Joaquim Isidoro e José Valente Júnior. Ainda no mesmo ano, a Irmandade do Espírito Santo pôs, em almoeda ou leilão, terreno para a construção de uma casa, no norte da capela, a pegar com as casas onde morava o Joaquim Isidoro. Vendeu-se mais terreno do adro entre a Casa do Manuel Leitão, a Capela, a de José da Costa e uma oliveira. Assim deve ter sido a origem do Bairro da Lameira. A frente da ermida, havia um cruzeiro que, mais tarde, se teve de se deslocar para junto da ribeira, à ponte velha.

De : Prof  José Manuel  Landeiro

Em vias de extinção

Este dócil e simpático asno veio  até à objectiva  e pousou para  a câmara .








 Perto mas , noutro local ......

terça-feira, 12 de abril de 2011

Torneio de Sueca dia 17 Abril 2011

Primeiro projecto musical em Aldeia do Bispo

Carlos - Licas - Gil - CóTe e João Luís Fotos de 18 de Agosto de 1980 -




Com um sucesso nunca editado , com letra e voz do vocalista Licas , o tema " Zé da Alcofa " foi concorreu ao festival  de música  de Castelo Branco , tendo ficado em 9 lugar . Acho que eram 9 concorrentes mas isso é só um pormenor !

Os DeKreto-Lei



Perderam-se para a história da música todos os registos fonográficos destes paralelos do ritmo oriundos de Aldeia do Bispo. Durante cerca de 2 anos e meio toda a gente se casou , baptizou e divorçiou dançando ao som destes virtuosos mestres do entretenimento e do music hall Made in Aldeia do Bispo mais precisamente , na garagem do taxi  do  Branquinho .... as estrelas nascem onde menos se espera !!!
Foram mais de 120 actuações em Aldeias dos arredores em que nos divertimos a tocar e a fazer dançar ...bons tempos !!!

Fadista Xendra


Artigo publicado dia 24 de Março 2011 no Jornal do Fundão - -Jolon


O Blog  "O Xendro" deseja desde já o inicio de um optima e longa carreira recheiada de sucessos e que encontre depressa o caminho que a leve ao reconhecimento bastando para isso sorte e uma oportunidade porque talento não lhe deve faltar.


Fernando Pombo de Aldeia do Bispo

Em Aldeia do Bispo , “Fernando Pombo excelente matador de porcos” “Junto de uma velha pipa de madeira as galinhas esgravatavam na esperança de encontrarem alguma minhoca. Estrategicamente colocada a bancada de madeira aguardava a chegada da vítima: O porco. Minutos depois, os homens após alguma luta, conseguem prender as patas e colocá-las em cima da banca. Fernando Pombo previne os ajudantes para segurarem bem o animal de modo a que não venham a ser feridos quando ele esfaquear no momento de aflição. Lava a barbela do animal e ao contrário do que estamos habituados a ver, utiliza uma pequena navalha com uma lâmina de cerca de 10 centímetros. Mais surpreendidos ficamos ainda porque em poucos minutos o porco estava morto. Pode afirmar-se que teve uma morte rápida e de sofrimento mínimo para o animal. Este é porventura o motivo porque o matador é considerado um dos melhores da terra.
A experiência de largos anos é outra justificação para cerca de uma centena de solicitações por ano, para a matança de porcos, em Aldeia do Bispo. A arte de matar porcos, cabritos ou cabras aprendeu-a com o pai que era talhante. Tinha 15 anos de idade. O porco maior que matou pesava 200 kg.”


Por Jolon em 30-01-2010 in A.23Online

A.Sáxeo cria esculturas em Aldeia do Bispo

 

A.sáxeo cria esculturas com apenas 16 centímetros numa freguesia do concelho de Penamacor também ela pequena. Mas a sua arte não tem fronteiras e até já expôs em Espanha.
15 de Janeiro de 2009 às 10:47hComeçou a esculpir os cotos dos lápis logo na escola primária. Mas só agora, aos 54 anos, assume a escultura como forma de comunicar com os outros. A.sáxeo – o nome artístico pelo qual prefere ser identificado - tem raízes familiares em Aldeia do Bispo, uma freguesia do concelho de Penamacor, onde vive agora parte dos seus dias. A ligação à aldeia começou logo na infância, já que era lá que passava as férias. Foi através desse contacto que - como diz - aprendeu a gostar dos granitos, das giestas e das oliveiras. Aos 45 anos decidiu mudar de vida e trocar Lisboa pela região, para fazer algumas das coisas que foi adiando ao longo dos anos. O convite do Instituto Politécnico de Castelo Branco foi o incentivo que precisava, mas passados nove anos, confessa, que a mudança foi um bocado ilusória, porque na verdade não conseguiu conciliar a actividade de professor com aquilo que queria fazer. Hoje está mais virado para a escultura, que traz ao mundo numa discreta oficina na casa que recuperou na aldeia dos pais. Aliás esta surgiu antes mesmo de recuperar a casa e à primeira vista até parece uma oficina como tantas outras, daquelas onde uma pessoa passa algumas horas do fim-de-semana entretida com a bricolage.
O forno e outros artefactos foram nascendo da sua imaginação e aperfeiçoados à medida que cometia alguns erros. Algo natural, já que o escultor continua a considerar-se um auto-didacta. As criações nascem de modelos em cera, que depois servem para elaborar os moldes que vão dar vida às esculturas em bronze.
As suas peças têm apenas 16 centímetros e não pensa passar daí. Esta arte em miniatura permite levar a escultura a praticamente todo o lado, mesmo que as salas sejam pequenas. O autor explica que o conceito passa por tornar a escultura numa peça de uso pessoal, com a qual se pode brincar. E é o que faz na montagem das exposições. As mesmas peças podem contar uma história completamente diferente, consoante a sua posição. Um dos objectivos do escultor é criar uma exposição em que sejam as pessoas a construir histórias com as suas peças.
Escultor por paixão
Formado na área das telecomunicações, A.sáxeo começou por mostrar as peças no círculo de amigos. Estes deixavam-lhe elogios, mas sendo amigos era aquilo com o qual já contava. Até que em 2000 mostrou pela primeira vez a obra ao público em geral, no posto de turismo de Cascais. Em vez do livro para registar as opiniões dos visitantes – que podia influenciar mais alguns juízos - colocou no local uma espécie de urna onde as pessoas depositavam o seu “voto”. Aí confirmou que não só os amigos mas também os anónimos apreciavam os seus trabalhos.
Na região começou por expor graças ao Politécnico de Castelo Branco, que mostrou os seus trabalhos em Penamacor e Proença-a-Nova. Mais recentemente participou num circuito transfronteiriço de exposições, dando a conhecer os seus trabalhos nas localidades espanholas de Mérida e Badajoz, bem como no Sabugal. A Guarda é a próxima cidade onde vai dar a conhecer os seus trabalhos, numa exposição que abrirá portas a 9 de Março e estará patente até 30 de Abril de 2009. Entretanto continua a trabalhar em Aldeia do Bispo na arte com a qual se dá a conhecer ao mundo. Outras ficam para si e para os mais próximos, como a paixão pela fotografia ou por uma boa conversa.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Livro Liceal de Aldeia do Bispo

Clicar em cima para ver a imagem ampliada

quinta-feira, 7 de abril de 2011

A obra de José Manuel Landeiro

A venda deste livro reverteu na altura para o Clube Fernão Lopes de Aldeia do Bispo.
DA TERRA ORIGENS DE ALDEIA DO BISPO
"Se alguém perguntar a um filho desta Aldeia do Bispo qual a Terra que mais admira por todos os motivos de encanto e qual a que traz mais junto ao seu coração, acredite que nenhum deles lhe citará qualquer capital de Império, Reino ou República com as suas belezas naturais e artistico-arquitectónicas do seu casario, monumentos, que são livros em pedra a contar a história bélica ou religiosa dessas capitais, mas apontar-lhes-á a sua Aldeia, onde teve o seu berço e talvez o seu ninho de amor e onde quer ter a sua jazida para, ao lado dos seus pais e outros antepassados, dormir na noite da eternidade.
Falar da nossa Aldeia, a irrequieta terra ribeirinha, menina gaiata, saltitando à borda da sua ribeira que lhe fertiliza os campos, e que outrora era muito mais Iarga e de corrente de água permanente, onde se pescavam saborosos barbos e bogas, ') não é tarefa fácil, mas, pelo contrário, muito difícil. A história da fundação e da sua subsequente evolução mostra-se algo confusa, por carência de elementos suficientemente elucidativos e dados caraterizada-mente históricos bastantes para deles se tirar uma conclusão definitiva.Em face desta verificação, não é fora do normal aceitarmos a certeza de que a nossa terra existiria já de tempos anteriores à fundação da Nacionalidade. Os menos versados na História da Humanidade sabem, perfeitamente, que os povos remotos, no seu reconhecido e permanente nomadismo, buscavam para sua incerta fixação temporária as proximidades dos rios, construindo, assim, uma civilização de carácter acentuadamente histórico. Os povos remotos procuravamas margens dos rios, em geral a direita, para ali construirem o seu burgo. Foi isto mesmo que aconteceu com os fundados de Ulissipo (Lisboa) ; Portus (Porto) Cetóbriga (Setúbal) e tantas outras cidades portuguesas. Com a nossa Aldeia aconteceu outro tanto.
Os seus princípios ou a sua origem, segundo o seu próprio nome indica, não passa de uma simples quinta ou granja que foi pertença dos bispos da Egitânia quando estes se refugiaram em Penamacor, abandonando a sede da diocese, ') Egitânia, destruída pela moirama de Alcântara. Ali, em Penamacor, os prelados egitanienses e seu cabido estavam mais acobertos dos mouros de Alcântara.
Afirmamos ter sido uma quinta porque aldeia deriva do verbo grego Aldemain que significa quinta ou granja. É esta a opinião de muitos autores e, entre eles, a do grande Alexandre Herculano que passou por aqui em busca de arquivos para elaborar a sua monumental História de Portugal, que infelizmente só chegou ao reinado de D.Afonso .
Com o desenrolar dos anos, a nossa terra foi crescendo. e, a partir do século XVII, começou a aparecer nas torças das portas, inscrições epigrafadas, e para exemplo apontamos a Casa dos herdeiros de João Teixeira, a de Manuel Andrade, ao cimo da Barreira que nos conduz à Rua do Outeiro, que é a mais antiga rua desta povoação. Acreditamos que houvesse casas anteriores a estas, devido ao número de siglas de canteiro, usadas nas suas pedras desde o princípio da Idade Média até fins do século XV, embora constitua uma raridade no século XVI. Muitos destes sinais gravados nas pedras, às vezes por pedreiro que, sendo escravos, trabalhavam sob chicoteadas ou de pés , agrilhoados de correntes de ferro com bolas também de ferro. Esta aldeia do Bispo devia ter progredido imenso com a saída dos bispos egitanienses para a Guarda, de que eles se tornaram foreiros.
É a partir do século XVIII, devido aos inúmeros documentos que se encontram na nossa Torre do Tombo e em outras bibliotecas públicas, que a história desta Aldeia se começa a fazer com mais clareza. Assim o atestam, entre outros documentos, os registos paroquiais, as actas das Juntas da Paróquia, escrituras de compra e venda feitas pelos tabeliães, hoje notários, e tantos outros documentos oficiais.
Por estes, nós vemos que no século XIX, a toponímia, isto é, as ruas do povoado, já não se resumia só a rua do Outeiro e à rua que ligava esta à matriz da freguesia do orago de S. Bartolomeu. A povoação saltou para mais perto da margem esquerda da ribeira, onde, entre a rua do Outeiro e esta margem, havia ainda, no século XVIII, a Capela da Senhora do Rosário, cuja imagem ainda existe, mas já fora do culto. Com os anos formou-se uma Pova rua, a qual devido ao seu grande comprimento, se subdividiu em duas, ficando com os nomes de Rua do Rossio, e rua do Cavacal. A rua do Rossio ia desde o local onde hoje está a casa do falecido José Júlio Carreto, até ao largo do Rossio, entre as quais fica aquela onde nascemos, a casa do António Robalo Elvas e a de José da Costa Martins. A este largo seguia-se a do Cavacal, hoje Desembargador, que terminava onde está o Cruzeiro. Em seguida começou a aparecer a Rua do Caminho das Aranhas, e a Travessa do Forno, (antiga Rua do Norte e hoje D. Bárbara Tavares da Silva). Quer dizer, entre a Rua do Outeiro e a Rua do Rossio havia um grande espaço não urbanizado, e talvez devido ao facto de o Ribeiro do Batoco, que hoje passa por baixo da estrada, ser de leito mais largo do que o da actual ribeira. Era na Rua do Cavacai que residiam as famílias mais gradas da povoação. Na do Outeiro, como pessoas de destaque que ali tiveram a sua residência, anotamos apenas o Dr. Domingos Gil Pires, e a Família -' Remédio, oriunda de Salvaterra do Extremo. Todas as restantes casas, que hoje formam a toponímia da povoação, foram construídas a partir dos fins do século XIX até nossos dias.
Não tenhamos a menor dúvida que o subsolo desta aldeia é riquíssimo, Nele se cultivava a vinha, e as batatas a partir dos meados do século XIX, feijão e outros legumes, centeio, trigo e outras preganas. O azeite, o figo, milho e a cortiça constituem hoje a nossa maior riqueza agrícola, que, embora actualmente em precárias circunstâncias, dá ao povoado o suficiente para viver honestamente
A indústria, práticamente, existe só a dos lagares de azeites. A das moagens de farinha desapareceu com os anos. Recordamo-nos ainda dos velhos moinhos de vento (3) e das azenhas dos Manatas na Baságueda e da « moinhela» do Florêncio. Antes desta, e perto dela, teve o Dr. Pires Caldeira uma movida a água e bem assim com lagar de azeite, tipo romano. Existem ainda no local da canalização, em pedra, que conduzia a água à azenha.






MONUMENTOS
Aldeia do Bispo não possui monumentos dignos de nota na faceta artística da arquitectura. (') Ao de leve, já atrás dissemos que, ainda, nos alvores do século XVIII, existia a Capela da Senhora do Rosário que, talvez, a Incúria dos homens e as grandes enchentes da ribeira, juntamente com as do Batoco, a Inundaram tantas vezes, até que foi derruída. Segundo elementos certos, por nós colhidos, ficava situada no local onde hoje fica a casa de Joaquim Landeiro Borges.'
A Igreja matriz mais antiga a que se referem as crónicas, foi construida no- século XVII e, derruída quando. da construção da actual, em 1910.
Nesta igreja me fizeram cristão pelas águas baptismais, «nesta igreja aprendi as primeiras noções de história do povo de Israel; nesta igreja aprendi a vida: de Jesus, um romance no princípio, uma Iição sublime no meio, uma tragédia emocionante no fim». Neste santuário da minha terra ouvi autênticos e verdadeiros, panegéricos da vida dos grandes santos e mártires da cristandade. Aos pés do seu altar eu ajoelhei um dia, aos sete anos, para receber, pela primeira vez, o Pão dos Anjos a Força dos Portes. E é sempre com viva e grata saudade que entro neste santuário, para ruim o mais artístico e o mais encantador de todos os santuários da nossa Terra — Portugal!
Desta igreja resta apenas uma relíquia sagrada, mas muito valiosa pela sua arte manuelina, com tábuas representando o purgatório, onde dois anjos estendem cada um a sua mão a tirarem cada um, uma alma. Que beleza de pintura tem este altar das almas! O seu autor, como acontecia como todos os pintores antigos, não assinou. De que artista ou. escola. se. tratará? A frente da pintura está Cristo Crucificado, comj braços estendidos em linha recta e não em forma avambada pelo peso do corpo como outros Cristos crucificados. Ainda há dias estivemos junto dele e contemplámo-Lo quase em êxtase:_ De braços abertos para receber-nos e abraçar-nos, e, para não nos castigar, estão cra- vades. Olhos divinos eclipsados,- de tanto sangue e lágrimas cobertos que, para perdoar-nos, estão dispostos, e para não devassar-nos estão fechados; de pés pregados para não fugir-nos; a cabeça um pouco inclinada e baixa para chamar-nos; de sangue vestido para ungir-nos. Ao lado potente quero unir-nos; aos cravos quer atar-nos para ficar unido, atado e firme!
É esta a única relíquia, para nós sagrada, da igreja velhinha, da nossa infância cristã, onde rezaram sempre nossos pais, avós e antepassados de séculos, cujos lugares nós viemos a ocupar. Conserve-se esta relíquia tão querida para a. nossa alma amantíssima do Passado Cristão.
A actual igreja matriz de S. Bartolomeu foi construída. quando em Portugal começavam a surgir os ventos da impiedade anti-cristã.. É de estilo
Possui um «Padrão do Infante», inaugurado em 1960 pelo Subsecretário da Educação Nacional, Dr. Rebelo de Sousa.
De uma só nave e sem altar-mór. A planta foi feita por um dos padres do Colégio de S. Fiel. Custou 10.000 reis, que foram pagos pelo prof. Manuel Martins Leitão. Era pároco da Aldeia, o então jovem P.e Joaquim Moiteiro. Foi feita pelo Povo em 1910, segundo a inscrição existente na porta principal do Templo.
Não encontramos ainda inscrição mais correcta, mais certa que esta. Foi feita com o dinheiro e trabalho do povo, e nas obras trabalharam quase só artistas deste Povo. Nestes tempos, quando se assaltavam, profanavam e até se incendiavam igrejas por todo este nosso Portugal, sempre cristão,, Aldeia. do Bispo praticava, com a construção da sua nova, matriz, um acto público do seu arreigado cristianismo. Esta freguesia continuava a ser um feudo episcopal. Além da torre, o P.e José Maria, durante os 27 anos que paroquiou esta aldeia, mandou fazer os dois altares. laterais, mandando-os dourar e bem assim o altar-mor, pintar o teto, etc. Trabalharam na obra de cantaria, pedreiros da aldeia, sob a mestria de Miguel Antunes Isidoro, que fez as paredes. Seu filho Manuel construiu as colunas interiores em que se apoiam a torre e o coro. A torre já foi feita pelo mestre de pedreiros de Medelim, João Cartola, por 13.000$00. Como carpinteiros trabalharam José Toscano (Cabeças), José Manuel Pinto, que, como mestre, ganhava 450 reis diários. Que belos tempos! O relógio, que custou 5.000$00, foi adquirido pela Junta de Freguesia, em 1933. A caiação deve-se ao pároco, P.e Joaquim Lourenço, hoje Dr. Joaquim Maria Lourenço, arcediago de Beja.
A CAPELA DO ESPÍRITO SANTO
Já o P.e Carvalho da Costa na sua «Chorografia Portuguesa» (século XVIII) nos dá notícias da Capela do Espírito Santo, à Lameira. Anterior a este historiador e monografista, não há qualquer outro escritor que a ela se refira. Deve ser muito antiga. É de uma só nave e com capela-mór. Quando da criação da escola primária nesta aldeia pelo Decreto n.° 266, de 30 de Novembro de 1879, passou o corpo da capela a servir de escola, tendo havido o cuidado de adaptar, ao arco da capela-mor, umas portas. Assim, há quase cem anos, passou ela a ser um duplo templo-cristão e de luz. Na verdade, a escola do Espírito Santo foi um facho donde, até 1917, irradiou a jorros a luz da ciência e da sabedoria que iluminou inteligências de tantas gerações de advogados, médicos, professores, militares, engenheiros, etc. Ali aprendemos a ciência do ensino primário até à 31 classe. Não tinha condições pedagógicas algumas.
Quando em 1917 se efectuou a festa da árvore da iniciativa do «Século Agrícola», em que se divinizava (é o termo adequado) a árvore, o soalho caiu, e a escola foi, pedagógicamente, interdita. Mas voltemos atrás para falarmos só da capela. Esta devia ter sido construida, em sitio ermo, isto é, quando ali' não havia casa alguma. Tinha terrenos seus. De grande ou de pequena extensão? Ignoramos. O que é do nosso conhecimento, é de que a Lameira era conhecida por «Lameira do Espírito Santo» e que em 1882, se fez aforamento dum pedaço de terra da Lameira, pertencente ao Espirito Santo que tinha ao norte a casa de Joaquim Isidoro, com as condições dos aforadores fazerem ali uma casa e pagar por 4.000 reis uma oliveira pertencente ao Espírito Santo. A oliveira ficava entre a casa de Manuel Leitão e a de José da Costa. No mesmo ano, em 9 de Abril, são também aforadas as casas do Espírito Santo. Este possuía três casas, onde moravam o Manuel Leitão, Joaquim Isidoro e José Valente Júnior. Ainda no mesmo ano, a Irmandade do Espírito Santo pôs, em almoeda ou leilão, terreno para a construção de uma casa, no norte da capela, a pegar com as casas onde morava o Joaquim Isidoro. Vendeu-se mais terreno do adro entre a Casa do Manuel Leitão, a Capela, a de José da Costa e uma oliveira. Assim deve ter sido a origem do Bairro da Lameira. A frente da ermida, havia um cruzeiro que, mais tarde, se teve de se deslocar para junto da ribeira, à ponte velha.
A LAMEIRA
Não nos resta a menor dúvida de que a Lameira, cujo estudo devia ser feito à face da Geologia, foi em, eras já remotas, uma lagoa que os agentes moleladores internos transformaram no actual largo. Ainda hoje, ao ribeiro que, em parte, a circunda pelo norte e vai meter na ribeira junto ao lugar, o povo lhe chama Ribeiro da Lagoa. Neste largo, já, em 10 de Agosto de 1884, se restabeleceram feiras e mercados. Estes no último domingo de cada mês, e aquelas, uma, em 2 de Janeiro, outra, em Quinta-feira da Ascensão, a 3.' a 24 de Agosto (S. Bartolomeu), e a 4.°, no dia de Todos os Santos.
Pelas alturas de 1840, quando da publicação do «Regulamento das Matas do Concelho de Penamacor» pelo então presidente do Município de Penamacor, Dr. Domingos Gil Pires Caldeira, de Aldeia do Bispo, começou um particular, ao abrigo daquele «Regulamento», a plantar oliveiras e amoreiras, como se fosse em terreno seu. O que sucedeu na nossa terra, aconteceu em outros concelhos, como na Bemposta e cremos que na Meimoa. Entre o Município e a Junta da Paróquia de Aldeia do Bispo, a sua posse foi durante muitos anos objecto de brigas.
LAMEIRA DO ESPÍRITO SANTO
Na Lameira conhecemos nós a fonte que há poucos anos foi coberta e que tinha a marca do concelho — C.°. Conhecemos o Poço Novo», também coberto quando a fonte.
Ainda conhecemos, mas já em ruínas, uma outra nascente a que documentos chamaram poço, mas nós em criança ouvimos chamar-lhe Fonte Velha. Será o poço dos documentos? O chafariz que há anos, foi derruído, foi construído em 1927, em substituição do Chafariz Velho onde tinha havido obras em 1913. O actual é recente. O subsolo da Lameira é um caudal de água.
ESCOLA PRIMÃRIA
A escola mais próxima que havia era a de Aldeia de João Pires «que fica a sinto!» Kilómetros de mao caminho, e emposívil detransitar em virtude de ter desetraveçar a Cérra (!) denominada Portelinha». 1) «Nesta altura a Junta da Paróquia era composta por José Joaquim Robalo Gouveia, Manuel Robalo Elvas e Domingos Martins. A escola veio. Começou a funcionar como mista, e só mais tarde foi criada a escola feminina que funcionou em casa do Joaquim Landeiro Borges, da de Ana de Jesus Elvas, na de meus Pais, de 1903 a 1912, de que possuo contrato de arrendamento de 24.000 anuais, passando para a casa que hoje é do sr. Tenente Birra Leitão, em 1912. Finalmente, passou como a escola masculina para os edifícios a que hoje chamam escolas velhas, depois de há anos se ter feito a do Plano dos Centenários. O primeiro professor foi José de Andrade e Sousa e o 2.° Manuel Martins Leitão, seguindo-se seu filho José. A primeira professora foi D. Maria da Glória Martins. Hoje há seis agentes de ensino, três de cada sexo. Não queremos acabar este capítulo sem nos referir à acção do magistério do professor Manuel Martins Leitão e à acção decisiva que teve ao ser interdita a capela do Espírito Santo. Enquanto não se fez a escola velha, ofereceu, por empréstimo, a sua própria casa de residência e, depois, duma sala, onde reside o seu filho e sucessor José, hoje aposentado. Foi o prof. Manuel M. Leitão, um grande santeiro de almas. Da sua escola e, depois, da de seu filho saiu a élite de intelectuais: professores, médicos, sacerdotes, advogados, engenheiros, etc, que são o orgulho da nossa terra, a que já alguém, devido ao número de estudantes que frequentam liceus, seminários, escolas técnicas e Faculdades, chamou
a «Coimbra da Beira Baixa». Há mais de cem anos, embora nessa altura de
diminuto número, que uma geração de estudantes nasceu na nossa Aldeia, e tem vindo a aumentar de ano para ano, e, temos a certeza, jamais terá fim.
CLUBE FERNÃO LOPES
Deve-se a fundação desta sociedade recreativa e instrutiva ao grupo de estudantes que, em 1924, frequentava os liceus e escolas superiores. Estes rapazes, a cujo número temos a honra de ter pertencido, ali se reuniam, lendo jornais e ou entretendo-se no divertimento de jogo de Damas e Dominó.
O Clube, primeiramente instalado na casa da «Velha Filipa», teve e tem ainda como patrono o pai da História de Portugal — Fernão Lopes t) em virtude de se defender a ideia deste cronista ter nascido nesta região. A sua divisa é «arte, letras, ciências e agricultura,».
A sua primeira Direcção foi Francisco Landeiro Borges (Presidente); Alferes Antônio Lopes Robalo (Secretário) ; e o Prof. José Martins Leitão
Assinaram a «Termo do seu baptismo Francisco Landeiro Borges, Alferes Lopes Robalo, Prof. José Martins Leitão, José Manuel Landeiro e Amdndio Martins Leitão, .
soureiro) .A jota era de 5$00, cota, para os sócios residentes na localidade, 2$00, e, para os não residentes, geralmente estudantes, 1$00.
O Clube teve o seu grupo cênico, a que nós também pertencemos que teve ocasião de dar espectáculos não só nesta Aldeia como ainda no Teatro-Clube de Penamacor e em Monsanto. O produto destas récitas revertia a favor de melhoramentos locais, como igreja, escolas, chafariz (1927) ruas, etc.
As peças para a cena, eram todas escritas pelo prof. José Landeiro Borges. Foi pena que ele nunca tivesse publicado estas obras onde ele mostra um grande valor de dramaturgo.
Embora pobrezinho, o Clube soube resignar-se na sua pobreza durante alguns anos até aqui há cerca de 20 anos 1), a sua vida ressurgiu como a fénix das cinzas.
FESTA DA DESFOLHADA
Como tudo, estas festas têm a sua história e nesta se encontra a raiz da sua origem e data de nascimento. A data de nascimento das festas cívicas de Aldeia do Bispo encontra-se exarada juntamente no livro de termos de nascimentos onde se encontra o do Clube Fernão Lopes. Festas e Clube tiveram os mesmos pais — os estudantes. Os padrinhos é que foram diferentes. Foram concebidas ao findar de Julho de 1924, tendo visto a luz do dia, em 24 de Agosto daquele ano. Foram seus padrinhos a mordomia de S. Bartolomeu. Foi-lhe dado o nome de «Festa da Kermesse» . Qual o motivo para que foram elas instituídas? O povo desta Aldeia já, para seu belo prazer, não se contentava com a simples festa de S. Bartolomeu, com a sua missa solene, sermão, procissão e «ramo» de fogaças, tudo abrilhantado por uma filarmónica ou de Penamacor, Monsanto, Aldeia de João Pires ou de Pedrógão. Queria mais divertimentos e que estes se prolongassem pela noite adiante com arraial, na Lameira, e «fogo preso». Um grupo de estudantes juntamente com a mordomia fizeram para isso um «pacto» de colaboração: A mordomia tinha à sua conta a festa canónica, e a comissão da «Kermesse», as cívicas. Se se qualquer delas tivesse prejuízos materiais, a outra saldaria todas as dívidas desses prejuízos. Felizmente nem de um lado nem de outro, houve déficit, mas sempre saldo.
17 de Março de 1948.
O da «Kermesse» revertia a favor de melhoramentos públicos locais, e a da mordomia a favor do Santinho, nosso padroeiro. Uma das cláusulas do «pacto» acima citado era de que no fim da festa a comissão da «Kermesse» constituída por estudantes e meninas da povoação, tivesse uma merenda no campo e, à noite, um baile. Nestas coisas há sempre criticas do povo anónimo, critica maldizente e acusação de extravios de dinheiros, aplicações da receita em proveito próprio, etc. Mas a comissão da «Kermesse» não foi vítima destas criticas. Pelo contrário, o povo achava que quem tanto trabalhava para o interesse da festa, devia ter um dia seu para se divertir como quizesse, pudesse e entendesse. Assim, o piquenique e baile tinham o seu dia, um autêntico dia de festa para a mocidade estudantil. O baile era servido com bolos acompanhados de «Porto». Depois do baile que terminava à hora decretada pelas mãezinhas — meia hoite— havia muitas vezes serenatas, em que as gargantas eram molhadas em «Porto». Muitos estudantes dessa altura tocavam instrumentos de corda: viola, guitarra, bandolim e violino. Agora já assim não é...
A ATALAIA
Os dois primeiros reis da dinastia brigantina, ao verem-se em guerra com Castela, trataram de reparar fortalezas, levantar torres de vigia, etc. ao longo da fronteira luso-espanhola. Um dos baluartes de vigia conta-se a Atalaia, infelizmente em reinas, a leste da nossa terra a que os historiadores chamam «Castelo da Atalaia de Aldeia do Bispo», que, segundo a tradição, mas lendária, tinha uma só telha, por ter a forma de uma pirâmide rectangular. Do local onde se ergue esta torre de vigia, disfruta-se um maravilhoso e extenso panorama, formado por terras luso-espanholas. Foi construido em 1663. Os nossos olhos ainda leram esta data por cima da torça duma «janela», única luz que possuía a Torre, e que já há muito jaz no chão. A maldade dos homens mais que 'os seus 300 anos de existência, têm-se encarregado de destruir este documento histórico da Guerra da Restauração. Junto deste forte, nome porque é também conhecido esta Torre, se notabilizou, defendendo-o acèrrimamente durante a Guerra da Restauração, o oitavo senhor da Quinta de Antão Alves (limite de Penamacor) por ordem do General do Partido da Beira. Pinheiro Chagas, na sua História de Portugal, ao falar do «Castelo da Atalaia» diz assim: «Não começou (a Guerra da Restauração) com muita felicidade a Campanha da Beira em 1664; Afonso Furtado de Mendonça que estava comandando, por doença de Pedro Jaques de Magalhães, intentou impedir o duque de Oussena de construir um forte junto de Aldeia do Bispo, que nos podia ser muito prejudicial. Marchou contra ele com um exército de 6.000 infantes e mil cavalos, mas encontrando já o forte muito adiantado não ousou atacá-lo, tanto porque o exército inimigo era superior numèricamente, pois contava 7.000 infantes e 2.000 cavalos, como lhe parecia de mais apta para uma operação militar de certa importância». Pinheiro Chagas, dá-nos a entender que foram os espanhóis e não os portugueses quem mandou construir o forte.
O General João de Almeida, da Guarda, ao falar da nossa Atalaia, no seu «Roteiro dos Monumentos Militares Portugueses» diz assim: «No cimo do monte da Atalaia, cota 591, situado a 1,5 km. a norte de Aranhas, a 8 de Penamacor e a 1,5 km. de Aldeia do Bispo, existe uma Torre, em forma de pirâmide rectangular, em ruínas, observando um largo horizonte para os lados da raia e ligando com Penamacor, Aldeia do Bispo, Penha Garcia e Monsanto. Pela sua magnífica situação é de presumir que ali existisse uma antiga fortaleza em construção lusitana, mais tarde restaurada na conquista neo-goda, desempenhando um papel de relevo durante as lutas entre portugueses e castelhanos, e depois com os espanhóis». Aqui fica, pois registado um abreviado apontamento sobre a história da Atalaia, onde, em certa época do ano, costuma nascer o Sol."

quarta-feira, 6 de abril de 2011

José Manuel Landeiro



“José Manuel Landeiro realizou, sem prémios, sem benesses, sem quaisquer estímulos materiais o que a portaria de 8 de Novembro de 1847 e o decreto de 7 de Julho de 1909 não lograram conseguir. Ordenava a primeira que em cada uma das Câmaras Municipais do continente e ilhas adjacentes houvesse um livro especial com a designação de Anais do Município e no qual anualmente se consignassem os acontecimentos e os factos mais importantes que ocorressem, e cuja memória fosse digna de conservar–se; e bem assim as descobertas de riquezas, de substâncias e combustíveis minerais; o aumento ou na diminuição da produção agrícola e suas causas; a longevidade das pessoas de que houvesse notícia, com a declaração do modo de vida que tivessem e do seu alimento habitual; as acções generosas e os nomes dos seus autores que merecessem ser transmitidas às gerações futuras e, finalmente, tudo quanto pudesse interessar as tradições locais! O decreto de 7 de Julho de 1909 instituía um concurso anual de monografias de freguesias rurais com prémios de 200$000, 100$000 e 50$000 réis (valor apreciável para a época) além da publicação gratuita no Boletim da Direcção Geral de Agricultura, com oferta de 25 separatas. Os resultados da primeira, segundo apurou o abade de Tagilde, por inquérito que fez em 1908, foram estes: 7 municípios adquiriram o livro e nomearam a comissão que devia elaborar os Anais, e 120 nada realizaram nem deram resposta ao inquiridor”. Nestes termos se referia a Jaime Lopes Dias, ao nosso ilustre biografado, corria o ano de 1938, prefaciando a sua obra “O Concelho de Penamacor na História, na Tradição e na Lenda”.
Nascido em Aldeia do Bispo há 109 anos, mais precisamente no dia 23 de Fevereiro de 1905, era descendente de Maria Borges e José Landeiro. Fez estudos no seminário do Fundão e no Liceu Gil Vicente, completando o curso do magistério primário na Escola Normal de Coimbra. Iniciou a sua vida de docente na escola primária de Portomar, concelho de Mira, distrito de Coimbra, onde permaneceu até 1934, ano em que transitou para a escola de Águas, já no concelho de Penamacor e, dois anos depois para a escola da sede de concelho. Catorze anos volvidos, em 1950, instala-se no Montijo onde permaneceu até à sua morte a 25 de Maio de 1973, faz este ano trinta e seis anos."
in : http://sites.google.com/site/800anospenamacor/personalidade-2
ver :
Memória de um educador
Ver : http://web.letras.up.pt/aphes29/data/8th/HelderHenriques_Texto2.pdf

António Martins da Cruz


Data de nascimento
1918-01-01.


Natural de Aldeia do Bispo / Penamacor / Castelo Branco.

Habilitações literárias
Licenciatura em Direito;
Licenciatura em Letras.
Profissão -Advogado.

Carreira político-administrativa

Consultor económico do Instituto das Conservas de Peixe;

Consultor económico da Junta Nacional dos Produtos Resinosos;

Chefe da Repartição do Ministério da Economia;

Chefiou a Redacção dos Serviços de Imprensa e Rádio do Secretariado Nacional da Informação (SNI).
Carreira parlamentar
Legislaturas
Círculo
Comissões
VIII
Castelo Branco
Trabalho, Previdência e Assistência Social.
Intervenções parlamentares
VIII Legislatura (1961-1965)
1.ª Sessão Legislativa (1961-1962)

Refere-se a vários problemas de ensino.

Requer ao Ministério da Economia elementos de estudo sobre a electrificação das freguesias e demais localidades do Pais.

Discute a proposta de lei sobre o emparcelamento da propriedade rústica.

Requer à Presidência do Conselho elementos acerca do serviço das agências noticiosas de informação no caso da invasão do Estado Português da Índia.

Discute a proposta de lei sobre o arrendamento da propriedade rústica.

Ocupa-se da electrificação dos meios rurais.

Discute a proposta de lei relativa à organização judiciária.

Requer ao Ministério da Educação Nacional vários elementos relativos ao Instituto Nacional de Educação Física.

Requer ao Ministério da Economia vários elementos sobre energia eléctrica.

Discute a proposta de lei relativa à reforma da previdência.
2.ª Sessão Legislativa (1962-1963)

Faz considerações sobre a necessidade de novas escolas secundárias na Beira Baixa.

Discute a proposta de lei de autorização de receitas e despesas para 1963.

Fala sobre a extensão do ensino para os que possuem a 4.ª classe.
Discute a proposta de lei sobre saúde mental.
Requer vários elementos, a fornecer pelo Ministério da Economia, sobre energia eléctrica no concelho de Castelo Branco.

Fala sobre as Contas Gerais do Estado relativas a 1961.

Discute a proposta de lei de alterações à Lei Orgânica do Ultramar Português.

Requer vários elementos, a fornecer pelo Ministério do Interior, sobre a Câmara Municipal de Penamacor.
3.ª Sessão Legislativa (1963-1964)

Discute, na generalidade, o projecto de lei acerca do reembolso, pelos subsequentes usuários, dos custos de linhas ou instalações novas que os consumidores de energia eléctrica hajam pago às entidades distribuidoras.

Subscreve, com outros Srs. Deputados, uma proposta de substituição integral do mesmo projecto de lei.

Discute, na generalidade, a proposta de lei de autorização de receitas e despesas para 1964.

Faz considerações sobre a situação financeira dos municípios, em aparte à efectivação, pelo Sr. Augusto Simões do seu aviso prévio sobre a reforma do Código Administrativo.

Participa no debate do mesmo aviso prévio.
Faz considerações sobre a criação de institutos médios na província, em aparte à intervenção do Sr. António Santos da Cunha no debate do aviso prévio sobre educação nacional e participa no mesmo debate.
Faz considerações sobre a integração das escolas profissionais nas estatísticas do ensino técnico, em aparte à intervenção do Sr. Alberto de Meireles no mesmo debate.
Participa no debate do aviso prévio sobre a crise agrícola nacional e as medidas tomadas para a enfrentar.

Faz considerações sobre a necessidade de concluir a estrada que ligará Vilar Formoso a Lisboa, por Sabugal, Penamacor e Castelo Branco, em aparte à intervenção de Sr. Carlos Coelho no debate do aviso prévio sobre o turismo nacional.

Participa no debate sobre as Contas Gerais do Estado (metrópole e ultramar) e as contas da Junta do Crédito Público referentes a 1962.

Refere-se à situação da agricultura da Beira Baixa.
4.ª Sessão Legislativa (1964-1965)

Discute na generalidade a proposta de lei acerca do Plano Intercalar de Fomento para 1965-1967.

Discute na especialidade algumas bases da proposta de lei sobre a propriedade da farmácia.

Refere-se ao discurso proferido pelo Sr. Presidente do Conselho no acto de posse da nova Comissão Executiva da. União Nacional.

Ocupa-se da missão da Imprensa e da necessidade da revisão do contrato de trabalho dos jornalistas.

Requer que lhe sejam fornecidos elementos sobre as receitas e despesas do Totobola em 1964 e sobre determinados aspectos da actividade da Direcção-Geral dos Desportos.

Participa no debate sobre as Contas Gerais do Estado, metrópole e ultramar) e da Junta do Crédito Público relativas a 1963.

Discute na generalidade e na especialidade a proposta de lei sobre o regime jurídico dos acidentes de trabalho e das doenças profissionais e subscreve, com outros Deputados, várias propostas de alteração de algumas bases da mesma proposta de lei.

Retrato de Prof. Dr. António Martins da Cruz (Fundador das Universidades Lusíada, 1º Chanceler das Universidades Lusíada, Presidente da Fundação Minerva - Cultura - Ensino e Investigação Científica), pintura de Isabel Mourão. (Fotógrafo: Tânia Araújo)

terça-feira, 5 de abril de 2011

Quadras populares por António Frade

António Frade
29 de Abril de 2010 às 11:06h

Desde miúdo, que somos um grande apreciador de quadras populares. Fixamos muitas, que ainda são recitadas quando o momento se proporciona. Muitas delas, das tais quadras populares, têm um sabor especial. Sabem a povo, aquelas que são feitas no lugar, sem magoar, mas colocando o dedo na ferida… Já todos ouviram, nas desgarradas de feiras e romarias, que deixa os cantadores mais amigos, depois de se terem lançado piropos picantes. - Oferta para cabeceira, temos um livrinho de quadras soltas, dádiva do nosso bem e velho amigo Luís Gonzaga Tavares, que é uma delícia.
Se dissermos que se trata do Beirão oriundo da Aldeia do Bispo, concelho de Penamacor, aluno do Liceu de Castelo Branco, que mais tarde foi ilustre Director Geral da Contabilidade Pública do Ministério das Finanças, toda a rapaziada do meu tempo sabe de quem se trata… … É esse mesmo, o cardeal. “Também o Liceu p’ra mim, Foi solar episcopal. Foi lá que estudei latim. Saí de lá “Cardeal”! - Há relativamente pouco tempo, este mesmo Cardeal, escreveu um livrinho de Quadras Soltas, que nós tivemos o prazer de obsequiar o autor com algumas frases iniciais, o que nos deu muito prazer. - “Que belo e que natural é ter um amigo”, são palavras do grande transmontano Miguel Torga, que serviram também para obsequiar um amigo , nascido ocasionalmente em Lisboa, mas oriundo das terras beiroas de Aldeia do Bispo, onde existiu uma casa ligada às letras, com o nome de Fernão Lopes. - Também esperamos que Gonzaga Tavares, homem ilustre da nossa geração, venha a ser lembrado numa das pitorescas e enfeitadas ruelas da simpática aldeia. Gonzaga Tavares é merecedor, pelo que nos deixou da sua postura de cidadão digno, e escritor fora do comum. As suas quadras populares, os seus sonetos, entremeados com maravilhosas baladas, encantam-nos: «Ai meus amigos, em chegando à nossa idade Como é bom folhear o álbum da saudade. E ao fechá-lo ficar ouvindo docentemente. Esta balada do poeta em tom dolente: “Ai há quantos anos eu parti, sonhando De Castelo Branco, de capa a adejar! «Foi há vinte? Há trinta nem eu sei já quando” Nem sei dos amigos que aqui estão faltando, Quantos é que a morte nos veio já roubar.» Como não podia deixar de ser, nas suas Quadras Soltas, também recorda os seus: “A avó terna, meiga e doce, que eu adorava, Mais do que a santa da minha maior devoção, - A minha avó, agora ali, a tão curta distância, Como nos tempos da infância. Quando me contava estórias lindas, ao serão» Gonzaga Tavares é um homem simples, modesto, rejeitando sempre o que não lhe pertencia. “Não me tratem por doutor. Que eu não tenho esse direito. Galinha que não é minha, Não me serve de proveito”. Nesta quadra maravilhosa, o poeta mostra-se por dentro, diz-nos quem é e o que sempre foi. Com um registo Biográfico fora do vulgar, não deseja ser “doutor” que é um título desejado por muitos, mesmo sem canudo. Mas, Gonzaga Tavares, não deixa de utilizar o sarcasmo, quando vê que o autor a exceder-se - Não te fiques, vai à luta, E não te acanhar de mais. Que o primeiro milho, às vezes, Até nem é dos pardais. - Mas a última quadra, que nos encheu as medidas, como dia o povo, é oferta para os nossos leitores e também para o autor, com um abraço de velho amigo. O petiz ficou ali, Olhando a montra, de fora, A mãe contou as moedas E depois, foram-se embora Nota: E porque teriam ido embora, a Mãe e o petiz? O meu amigo, pela certa, vai responder-nos

 Castelo Branco 20-4-2010

IN  Jornal RECONQUISTA

Domingos Campos - Poeta de Aldeia do Bispo

Tónho Maranhão


Figura emblemática e inesquecível de várias gerações de beirões.

Uma das suas características era a de pregar sustos às raparigas.- Chamava-se António Afonso Ramos .

Faleceu no dia 15 de Agosto de 1997, nas Aranhas .
A morte do Tonho, que aconteceu no dia 15 de Agosto de 1997, nas Aranhas (Penamacor) foi notícia no «Jornal do Fundão» e noutros jornais regionais da Beira Baixa.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

O blog " BASÁGUEDA"


Criado por Changoto e Karrraio , estes criativos levam a cabo, desde há cerca de 6 anos , o recordar o passado com  termos e linguagem local  . 
Este Blogue apresenta um trabalho notável e fascinante , uma viagem no tempo  até aos anos 60, 70 e 80 . 
Um blog de sucesso que já  ultrapassa as  45.000 visitas .
.....Merece uma visita !


Já todos ouvimos dizer um dia que a História poderá ser entendida como a memória do passado, a qual facilita a compreensão do presente e de certo modo, contribui para perspectivar o futuro.
Neste caso em particular o passado  é nos servido e apresentado através de
 pequenos relatos contados na primeira pessoa  acerca das vicissitudes de uma aldeia da Beira Baixa - Aldeia do Bispo.
No  blogue" Baságueda" vamos encontrar delicioso relatos  produzidos pela fértil imaginação e memória de dois virtuosos com o dom  do uso  da palavra como já não  se usa actualmente. 
Os textos de changoto e Karraio  estão aromatizados com  os sabores  do antigamente . São textos com histórias impregnadas de um  humor  rústico, onde o burlesco nos é servido como  uma leitura com muito requinte e bom gosto . 
Usando uma técnica própria de escrita, tiram do esquecimento pessoas, avivam memórias  de gente há muito esquecida. 
Já que todos nós nos identificamos através das nossas raízes comuns ou seja do nosso passado, cada um de nos como ser humano deverá assim transmitir, aos que lhe sucedem, quer a História que recebeu, quer os acontecimentos da sua época, com risco de, se o não fizer, a memória do passado poder vir a ser deturpada e incorrectamente reescrita ou pior ainda ...perder-se para todo o sempre. Todo o verdadeiro conhecimento histórico é principalmente baseado em denominadas fontes, documentais ou materiais, que são concebidas por aqueles que participaram nos acontecimentos ou deles tiveram conhecimento directo como o foi o caso .
Há pessoas e lugares que nunca vão morrer ou cair no vazio do esquecimento porque haverá sempre alguém que tem o condão de os recordar, de nos trazer de volta ambientes, sonoridades, cenários e aromas de uma certa época.
Ler quem nos recorda o passado e nos faz dele sentir saudades dele , sentir saudades do tempo em que ainda não sabíamos que era impossível tocar o sino e acompanhar a procissão ao mesmo tempo. Estranha forma de inocência num mundo em que tudo ainda era verde ..verde como também era a esperança . Faltava-nos fazer tudo e tínhamos simultaneamente todo o tempo do mundo para o fazer. Há pessoas e lugares que nunca vão morrer ou cair no vazio do esquecimento porque haverá sempre alguém que tem o condão de os recordar e de os trazer de volta para ambientes, sonoridades, cenários e aromas de uma  época que se pensava  esquecida . Graças a estes textos  por momentos voltamos lá ..Obrigado pela viagem Karraio e Changoto....