terça-feira, 12 de abril de 2011

A.Sáxeo cria esculturas em Aldeia do Bispo

 

A.sáxeo cria esculturas com apenas 16 centímetros numa freguesia do concelho de Penamacor também ela pequena. Mas a sua arte não tem fronteiras e até já expôs em Espanha.
15 de Janeiro de 2009 às 10:47hComeçou a esculpir os cotos dos lápis logo na escola primária. Mas só agora, aos 54 anos, assume a escultura como forma de comunicar com os outros. A.sáxeo – o nome artístico pelo qual prefere ser identificado - tem raízes familiares em Aldeia do Bispo, uma freguesia do concelho de Penamacor, onde vive agora parte dos seus dias. A ligação à aldeia começou logo na infância, já que era lá que passava as férias. Foi através desse contacto que - como diz - aprendeu a gostar dos granitos, das giestas e das oliveiras. Aos 45 anos decidiu mudar de vida e trocar Lisboa pela região, para fazer algumas das coisas que foi adiando ao longo dos anos. O convite do Instituto Politécnico de Castelo Branco foi o incentivo que precisava, mas passados nove anos, confessa, que a mudança foi um bocado ilusória, porque na verdade não conseguiu conciliar a actividade de professor com aquilo que queria fazer. Hoje está mais virado para a escultura, que traz ao mundo numa discreta oficina na casa que recuperou na aldeia dos pais. Aliás esta surgiu antes mesmo de recuperar a casa e à primeira vista até parece uma oficina como tantas outras, daquelas onde uma pessoa passa algumas horas do fim-de-semana entretida com a bricolage.
O forno e outros artefactos foram nascendo da sua imaginação e aperfeiçoados à medida que cometia alguns erros. Algo natural, já que o escultor continua a considerar-se um auto-didacta. As criações nascem de modelos em cera, que depois servem para elaborar os moldes que vão dar vida às esculturas em bronze.
As suas peças têm apenas 16 centímetros e não pensa passar daí. Esta arte em miniatura permite levar a escultura a praticamente todo o lado, mesmo que as salas sejam pequenas. O autor explica que o conceito passa por tornar a escultura numa peça de uso pessoal, com a qual se pode brincar. E é o que faz na montagem das exposições. As mesmas peças podem contar uma história completamente diferente, consoante a sua posição. Um dos objectivos do escultor é criar uma exposição em que sejam as pessoas a construir histórias com as suas peças.
Escultor por paixão
Formado na área das telecomunicações, A.sáxeo começou por mostrar as peças no círculo de amigos. Estes deixavam-lhe elogios, mas sendo amigos era aquilo com o qual já contava. Até que em 2000 mostrou pela primeira vez a obra ao público em geral, no posto de turismo de Cascais. Em vez do livro para registar as opiniões dos visitantes – que podia influenciar mais alguns juízos - colocou no local uma espécie de urna onde as pessoas depositavam o seu “voto”. Aí confirmou que não só os amigos mas também os anónimos apreciavam os seus trabalhos.
Na região começou por expor graças ao Politécnico de Castelo Branco, que mostrou os seus trabalhos em Penamacor e Proença-a-Nova. Mais recentemente participou num circuito transfronteiriço de exposições, dando a conhecer os seus trabalhos nas localidades espanholas de Mérida e Badajoz, bem como no Sabugal. A Guarda é a próxima cidade onde vai dar a conhecer os seus trabalhos, numa exposição que abrirá portas a 9 de Março e estará patente até 30 de Abril de 2009. Entretanto continua a trabalhar em Aldeia do Bispo na arte com a qual se dá a conhecer ao mundo. Outras ficam para si e para os mais próximos, como a paixão pela fotografia ou por uma boa conversa.

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