quinta-feira, 28 de abril de 2011

Capela do Espirito Santo






A CAPELA DO ESPÍRITO SANTO
Já o P.e Carvalho da Costa na sua «Chorografia Portuguesa» (século XVIII) nos dá notícias da Capela do Espírito Santo, à Lameira. Anterior a este historiador e monografista, não há qualquer outro escritor que a ela se refira. Deve ser muito antiga. É de uma só nave e com capela-mór. Quando da criação da escola primária nesta aldeia pelo Decreto n.° 266, de 30 de Novembro de 1879, passou o corpo da capela a servir de escola, tendo havido o cuidado de adaptar, ao arco da capela-mor, umas portas. Assim, há quase cem anos, passou ela a ser um duplo templo-cristão e de luz. Na verdade, a escola do Espírito Santo foi um facho donde, até 1917, irradiou a jorros a luz da ciência e da sabedoria que iluminou inteligências de tantas gerações de advogados, médicos, professores, militares, engenheiros, etc. Ali aprendemos a ciência do ensino primário até à 31 classe. Não tinha condições pedagógicas algumas.
Quando em 1917 se efectuou a festa da árvore da iniciativa do «Século Agrícola», em que se divinizava (é o termo adequado) a árvore, o soalho caiu, e a escola foi, pedagogicamente, interdita. Mas voltemos atrás para falarmos só da capela. Esta devia ter sido construída, em sitio ermo, isto é, quando ali' não havia casa alguma. Tinha terrenos seus. De grande ou de pequena extensão? Ignoramos. O que é do nosso conhecimento, é de que a Lameira era conhecida por «Lameira do Espírito Santo» e que em 1882, se fez aforamento dum pedaço de terra da Lameira, pertencente ao Espírito Santo que tinha ao norte a casa de Joaquim Isidoro, com as condições dos aforadores fazerem ali uma casa e pagar por 4.000 reis uma oliveira pertencente ao Espírito Santo. A oliveira ficava entre a casa de Manuel Leitão e a de José da Costa. No mesmo ano, em 9 de Abril, são também aforadas as casas do Espírito Santo. Este possuía três casas, onde moravam o Manuel Leitão, Joaquim Isidoro e José Valente Júnior. Ainda no mesmo ano, a Irmandade do Espírito Santo pôs, em almoeda ou leilão, terreno para a construção de uma casa, no norte da capela, a pegar com as casas onde morava o Joaquim Isidoro. Vendeu-se mais terreno do adro entre a Casa do Manuel Leitão, a Capela, a de José da Costa e uma oliveira. Assim deve ter sido a origem do Bairro da Lameira. A frente da ermida, havia um cruzeiro que, mais tarde, se teve de se deslocar para junto da ribeira, à ponte velha.

De : Prof  José Manuel  Landeiro

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