sábado, 7 de maio de 2011

O palhinhas

Questionando a turma de Educação e Formação Adultos a propósito do seu conhecimento sobre pessoas com vivências que dessem uma interessante história, o Formando Tiago Vicente Rico exclamou “ Na Aldeia do Bispo apenas conheço um, é o palhinhas”. Fez-se espanto no grupo em presença, todos se questionando sobre a identidade de tão enigmática figura e o Tiago explicou “ é aquele que sempre acompanha os velhotes para o campo”. Risada geral. Todavia, tamanha afirmação não nos abandonou levianamente e sobre ela cogitamos de forma profusa, optando, porque não, considerá-lo personagem de realce. O palhinhas figura no imaginário penamacorense como uma lenda viva, leal amigo de quem trabalha o chão, companheiro devoto dos bons e maus momentos, parceiro de aventuras e desventuras, dentro fora do contexto laboral, respondendo sempre presente e raramente deixando um camarada em pouco, excepto quando fica vazio. No entanto, mesmo nessas ocasiões, sempre o encontramos disponível para nova recarga, sem protesto ou murmúrio, tributário da felicidade alheia e, quantas vezes, portador de firmeza no desfalecimento, de exultação na amargura, de esperança na angústia, de refúgio na voracidade.
 
Texto retirado do blog comemorativo dos 800 anos do Concelho de Penamacor

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