sábado, 2 de fevereiro de 2008

Vizinhos - Àguas

Casas e Celeiro dos Megre em Águas

Largo das Igrejas (EM 565), 56 6090-020 Penamacor
Águas é uma freguesia portuguesa do concelho de Penamacor, com 15,19 km² de área e 330 habitantes (2001). Densidade: 21,7 hab/km². Esta aldeia possui ainda um complexo termal chamado Fonte Santa, onde centenas de pessoas se deslocam para la usufruírem destas termas.
http://aguas-penamacor.blogspot.com/
http://www.aguas.ics.ul.pt/castelobranco_fsaguas.html

Indicações

Reumatismo, doenças de pele e vias respiratórias
“Dantes também bebiam desta água. Actualmente não podemos dar água a ninguém, enquanto não vierem as análises, disseram-nos para não dar água a ninguém. Não era tanto para beber que se usava, embora também bebessem para males digestivos. Era utilizada mais para tratar feridas ou dores locais, no braços ou pernas sobretudo para doenças de pele… Agora vamos mais trabalhar para o reumatismo mas esta água também é muito boa para a pele.” (empregada do balneário).
Tratamentos/ caracterização de utentes
Ainda não funcionava quando da visita; embora equipada e aberta para receber inscrições, aguarda a licença da DGS.
As inscrições que estou a aceitar é para quando abrirem as termas, para irem à consulta. Vai ser sempre assim, é preciso ir primeiro ao médico e só depois podem fazer tratamentos. Até há dois anos as pessoas faziam os banhos como queriam, depois a Junta arranjou isto e era para já funcionar este ano, mas as licenças ainda não vieram. Está previsto abrir este ano ainda, eles dizem que vai ficar todo o ano aberto, Inverno e tudo… Eu e a minha colega tivemos uma pequena formação e visitamos as termas de Cró e de S. Pedro do Sul e Fonte Santa de Almeida. (empregada do balneário).  
Instalações/ património construído e ambiental
O balneário encontra-se junto de um afloramento granítico onde se localizam as emergências de águas, actualmente captadas por furo. Os dois edifícios existentes no local das termas foram totalmente renovados. Num deles encontra-se o balneário no piso térreo, sendo o piso superior de quartos de aluguer; no outro edifício encontram-se mais quartos de aluguer, também no piso superior, sendo o piso inferior dedicado a arrumos.
O balneário ocupa uma área de cerca de 80 m2. É um espaço rectangular dividido em módulos quadrados semelhantes. Depois da recepção e consultório, entra-se no corredor do balneário, encontrando-se à direita os vestiários, defronte destes os sanitários, seguindo-se duas cabines de banho de hidromassagem, uma de vapor à coluna e uma outra de duche de jacto. Ao fundo fica o gabinete de tratamentos ORL.
Natureza
Sulfúrea mista (Contreiras, 1951)
Sulfúrea sódica (Calado, 1992)

Historial

É referenciada nas Ordenações do Marquês de Pombal aos párocos: “Águas de Penamacor, junto a este lugar nasce, numa rocha, um olho de água, com sabor a enxofre, a que chamam Fonte Santa, de usam os da terra nas enfermidades de hidropisia”, escreve o padre Francisco Homem de Azevedo (cit. Acciaiuoli 44, II: 75). O Dr. Francisco Tavares escreve em 1810 que “ no lugar de Águas de 20 ou 30 fogos, nasce horizontalmente, debaixo duma rocha, pouco mais ou menos de um anel de água clara, com cheiro hepático que longe do sítio se percebe, sabor semelhante, de calor cerca de 67º F [...] Tem no mesmo sítio da nascente um pequeno poço que apenas cobre meio corpo, aonde sem reparos nem cautela alguma, tomam alguns banhos, de cujo uso ainda assim narra o povo bons efeitos, dos que são próprios das águas sulfurosas como esta”. Também Lopes (1892:340) se refere a duas emergências: “Uma delas brota de uma pequena fonte, e outra emerge de um poço de um metro de altura, no qual, com proveito, tomam banho de água e de lodo fusco que ela deposita os doentes com reumatismo e dermatoses. As águas ainda não foram analisadas, parecendo ser sulfúreas e superhídricas, têm 20º de temperatura”. No final dos anos 1930, José Manuel Landeiro, na monografia sobre o concelho de Penamacor, descreve as “Termas de Águas” citando Pinho Leal : "«Não há aqui estabelecimento algum termal; os banhos tomam-se em uma poça de um metro de altura, sem obra alguma de arte. Esta poça ainda hoje existe, mas forrada de cantaria». São passados quase cem anos que Pinho Leal nos fala, assim, destas águas. Hoje, pouco mais temos a acrescentar ao que nos diz o autor do Portugal Antigo e Moderno. Existe uma casa onde, no interior, se construiu um tanque para captação de águas, três quartos, havendo, em cada um, uma banheira, em pedra. Não há hotel ou uma simples casa em telha vã onde se possam recolher os aquistas.” A informação de Pinho Leal deve ser um pouco incorrecta ou desfasada no tempo, pois segundo a inscrição existente no actual balneário numa parede de granito de construção antiga que se adivinha na actual estrutura, data de 1856 a construção descrita por Landeiro, ou seja o edifício do tanque e das três banheiras. Em 1940, a Junta de Freguesia renovou o espaço e posteriormente acrescentou um piso para alojamentos. Acciaiuoli (1942) acrescenta que são explorados pela Junta de Freguesia, que todos os anos abre concurso para a exploração. Estas arrematações públicas foram descritos pela empregada do Balneário, Lurdes da Silva Esteves Matos. ”Para mim trabalhar nas termas é já uma tradição de família, o meu avô fez várias arrematações. A Junta fazia um leilão e quem desse mais arrematava os banhos por essa temporada. Eu fiz isso um ano, com uma colega minha, arrematámos por 12 contos e meio. Um banho nessa altura custava 20 ou vinte e poucos escudos, andávamos a correr para pagar à Junta. Isto foi há 25 anos. Depois acabaram as arrematações e a Junta tomou conta dos banhos, aí dois anos depois que eu fiz isso. Mas ainda havia muitos concorrentes a querer arrematar “. Este processo de leilão terá acabado por 1980; a partir dessa data a Junta de Freguesia inicia uma exploração directa dos banhos. Mas voltando aos anos 40, e segundo o texto de Acciaiuoli, “até 1939, o edifício era térreo e a água para enchimento das três banheiras existentes seguia por uma caleira aberta na betonilha, sendo aquelas enterradas. A água é aquecida numa caldeira vertical, deitada quer a quente quer a fria, na caleira e seguindo para as banheiras; o doente indica a temperatura que deseja”. Acrescenta que em 1940 foi aumentado de um piso e duas das banheiras substituídas: “no corredor que serve de quarto de espera, existe um funil para cada quarto de banho, onde o encarregado do balneário deita mais ou menos água quente, conforme os desejos dos clientes “. Refere ainda que a água brota dumas fendas do granito e é colhida num tanque. Dias (1951) repete as mesmas informações de Acciaiuoli. Em 2000 a junta de freguesia iniciou as obras de renovação do balneário, novas captações de água, por furo, e a construção de um edifício para alojamentos dos aquistas. Quando da visita em Outubro de 2003, tudo se encontrava pronto a trabalhar, mas faltavam as licenças da Direcção Geral de Saúde, e, porque a rede de electricidade no local não tinha a potência requerida pelo equipamento, estava instalado provisoriamente um gerador.
O balneário é exemplar na sua simplicidade e higiene e tem o básico de pequenas termas: hidromassagem, vapores à coluna e a jacto, e ainda um pequeno gabinete de tratamentos ORL.

Alojamentos

No piso superior ao balneário e na construção perpendicular a este encontram-se 13 quartos, propriedade da junta de freguesia. Por detrás do estacionamento há ainda uma construção em correnteza que forma 10 quartos, com uma porta e uma janela cada um, de exploração particular.
Instantes, a Arte de Eternizar, Castelo Branco, Aguas, Penamacor Slideshow: Miguelcmrt’s trip from Lisbon, Estremadura, Portugal to Distrito de Castelo Branco (near Fundao, Beiras) was created by TripAdvisor. See another Fundao slideshow. Create a free slideshow with music from your travel photos.
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OBRA DA FONTE SANTA FEITA 1856 A CUSTA DOS CONCURRENTES DO CNCO Interpretação: As obras da Fonte Santa foram feitas em 1856 e custeadas pelos frequentadores do concelho. --------------------------------------------------------------------- Lagar de Azeite das Aguas

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