sexta-feira, 12 de maio de 2000

O Frade e a Freira

Retirado do Blog : Adufe sem fronteiras  O FRADE E A FREIRA
Em tempos muito remotos havia dois conventos, destinando-se um a homens o outro a mulheres. A distância que separava as duas casas de recolhimento não era pequena. Contudo, o regulamento dos dois claustros proibia a entrada dos frades nos conventos das freiras e a destas no daqueles. Passaram anos, que perfizeram séculos, não havendo nada que fosse contra esta disposição monástica. Um dia, porém, em falso monge, qual outro lobo vestido com a pele de cordeiro, entrou no mosteiro das freiras e seduz uma pobre religiosa. Ambos fogem das casas que os haviam acolhido hospitaleira e religiosamente. Em breve, ao toque das matinas, se notou nos mosteiros a falta dos religiosos. Procuraram-nos por montes e vales, por desertos e povoados e em vão foram feitas estas buscas. Como deviam aparecer, se eles tinham fugido num cavalo que andava tanto como o vento? Os superiores de ambos os mosteiros viveram horas amargas pela fuga dos monges. Um dia, porém, viram, com grande surpresa, em elegante cavalo que caminhava dum convento para o outro, parecendo querer oferecer os seus serviços àquelas casas de penitência. Os videntes não se enganaram. Este cavalo, que misteriosamente lhes apareceu tinha a qualidade de andar tanto como o pensamento. Então um frade dos mais destemidos, depois de arraçoar o animal, toma lugar na cela, e numa correria fantástica, o animal levou-o, num abrir e fechar de olhos, ao local longínquo, onde os fugitivos se encontravam. Como castigo, estes dois maus religiosos são levados para o cabeço da portela, a oriente da Aldeia do Bispo, junto às minas do Pinheiro e, ali, como a mulher de Lot transformada em estátua de sal, são convertidos em estátua de duro granito. Lá se encontram ainda hoje, expiando o castigo da sua culpa, aos olhos de todos quantos ali passam. O cabeço onde o castigo se operou, tem o nome de Cabeço do Frade e da Freira.

Sem comentários: